sábado, 25 de junho de 2011

ROTAS DE FINS DE SEMANA NA EXTREMADURA - II


Terminadas as férias aproveitam-se todos os fins-de-semana para umas escapadelas fugindo-se à rotina do dia-a-dia sendo esta uma boa opção no novo conceito que dá pelo nome de “city short breaks”, para conhecer os principais aspectos da cultura, a história e património artístico-histórico da Comunidade Autónoma da Estremadura. Venham daí comigo!

Rota II
Plasência – Oliva de Plasência – Jarilla – Zarza de Granadilla – Granadilla - Aldeianueva del Camiño – Baños de Montemayor

1º Dia


Plasência

Uma vez na fronteira com Espanha rumámos a Plasência, Conjunto Histórico de Interesse Cultural, de fundação medieval do século XII, no reinado de Afonso VIII, em plena zona de fronteira bélica entre as tropas cristãs e muçulmanas, muito embora este núcleo defensivo e terras ao redor fossem já habitados desde Pré-História à Idade Média. É sempre um motivo de interesse para acabar ou iniciar qualquer rota por terras da Alta Estremadura.

A cidade possuiu um impressionante património-cultural-artístico-histórico que conservou durante séculos até aos nossos dias, a Catedral, a Velha e a Nova, dos séculos XII e XIV, a parte mais antiga de estilo românico e gótica, a partir do século XIV, a Nova, no interior das suas muralhas em estado perfeito de conservação as ruas ainda fruto do traçado medieval guardam palácios, igrejas e conventos, obviamente, o imprescindível Avô Maiorca na Torre do Ayuntamiento. Na primeira terça-feira de Agosto celebra-se, a Terça-Feira Mayor, declarada Festa de Interesse Turístico Regional, o resultado final é de que a sua visita é obrigatória, seguramente satisfatória para quem se proponha, mais tarde, tranquilamente recordá-la.


Catedral Velha (séc. XIII) e Museu
O destaque vai para a cúpula, de estilo de transição do românico e o ogival, sem esquecer a influência bizantina, o claustro rectangular de inspiração Cisterciense e a capela de S. Paulo, antiga Sala do Capítulo, de estilo românico-gótico com influências bizantinas e orientais, nesta capela a escultura da Virgem do Perdão e sobre esta capela a popular “Torre de Melão”.


Catedral Nova e Portada Siloé
Obra iniciada em finais do séc. XV e finalizada em finais do séc. XVI, no exterior três portais renascentistas de estilo plateresco e um românico, no interior três naves, um cruzeiro abobado em nervura, e o surpreendente Retábulo Maior, do séc. XVII, e em lugar especial a imagem em madeira do séc. XIII, da Virgem do Tabernáculo, a portada de influência florentina da entrada da Sacristia, o sepulcro do bispo Pedro Ponce de Léon, amigo e conselheiro do rei Filipe II, junto ao Altar Maior, o Altar das Relíquias do séc. XVIII e a nave da Epístola, o Coro com cenas do Antigo e Novo testamento e figuras animais, que originalmente pertencia à antiga Catedral e transferida para o seu espaço actual em 1567.


Muralhas e Portas
As muralhas datam da fundação da cidade, finais do séc. XII e início do séc. XIII, e das 71 torres que chegou a ter conservam-se hoje em dia 27 portas com destaque para a Porta do Sol, Porta de Trujillo, Porta de Berrozana e Porta Coria


Porta do Sol
Reformada nos finais do séc. XV, a mais conhecida de toda a cidade, tem no topo a imagem da Virgem da Paz e o escudo dos Reis Católicos.

Porta de Trujillo
Nela se situa a Ermida da Saúde, ainda conserva da porta velha sua abóboda de canhão o escudo dos Reis Católicos, mais conhecida popularmente como o “Canhão da Saúde”.


Porta de Berrozana, restaurada nos finais do séc. XVI, sobre a qual se situa a estátua de S. Miguel e um escudo dos Reis Católicos.

Aqueduto de S. Antón (séc. XVI)

Casa-Palácio dos Monroy ou das Duas Torres, o mais antigo palácio de Plasência com fachada românica, construção do séc. XIII, e alojamento entre outras personagens, o rei Fernando o Católico e São Pedro de Alcántara.

Palácio de Carvajal-Girón (séc. XVI) – na Praça Ansano e rua Zapateria

Palácio dos Condes de Torrejón e Doutor Trujillo, anexo à Casa de Deán (actualmente Palácio da Justiça)

Casa de Deán (séc. XVII)
Palácio dos Marqueses de Mirabel (séc. XV) 


Palácio Episcopal

Igreja de S. Nicolau (séc. XIII)

A Praça Maior e o Palácio Municipal, construção do séc. XVI, em estilo de transição entre o gótico e o renascentista com dupla arcada, à esquerda o escudo de Carlos V. No campanário o “Avô Mayorga” dando horas aos Plasiences e a praça cercada por galerias, semanalmente, a cidade e a comarca celebram um original e interessante mercado, que nos faz regressar a tempos medievais.



2º Dia

Pela manhã, utilizando a N-630, cujo traçado é muito coincidente com a milenar Via de la Plata a primeira paragem é em Oliva de Plasência, povoação onde se encontram muitos vestígios romanos um pouco dispersos em habitações e ruas, aras, lápides e miliários, um dos quais se pode observar perto da Igreja de San Blas, do século XVI, e o Palácio dos Condes de Oliva, século XVIII.

Miliário



Local: embutido em muro na Calle Pozo Lirón perto da Igreja

Lápide com inscrição 



Local: embutida na parede lateral da Igreja de San Blas


Outros vestígios dispersos em habitações 





Outro local arqueológico imprescindível a uma visita é a antiga cidade romana de Caparra destacando-se o seu Arco e a magnífica calçada romana da Via de La Plata, da importância da mesma para o desenvolvimento da província romana da Lusitânia. 

Centro Interpretativo da Cidade Romana de Caparra
Encerra aos Domingos à tarde e Segundas-feiras todo o dia
Aberto às Terças-feiras a Domingos e Festivos
Manhãs: das 10h,00 às 14h,00
Tardes: das 16h,00 às 19h,00 (horário de Inverno a partir de 1 de Outubro)
Tardes: das 17h,00 às 20h,00 (horário de Verão)


em breve fotos deste local


Aldeanueva del Camiño, conhecida através do artesanato e artigos em cestaria, passagem da via romana que ligava Mérida a Astorga, dessa época é possível ainda passar na ponte romana sobre o rio Ambroz e observarmos uma réplica de um miliário.

Miliário (réplica)


Local: no interior da povoação uns metros antes da ponte romana

Ponte Romana



Estado actual: aberta à circulação
Via romana: Via de La Plata, Emerita Augusta a Astorga Augusta
Acesso: Aldeanueva del Camiño (N-630), no interior da povoação

Jarilla com a sua Igreja a S. Gregório Magno, século XVI, declarado Monumento Artístico, e não muito distante num local denominado como Cerro de Piedras Labradas, encontram-se as ruínas de Templo Romano.

Zarza de Granadilla, dois edifícios religiosos a registar, a Igreja de S. Rámon e a Ermida do Cristo, e a povoação de Granadilla, declarada Conjunto Histórico e Artístico, foi fundada pelos árabes no século IX com a sua incrível muralha e impressionante Torre de Menagem em estilo gótico.

Baños de Montemayor, conserva ainda restos da calçada e das termas romanas que se transformaram numa das mais prestigiadas termas hoje em dia


em breve fotos destes locais 


Ficha Técnica
Época recomendada
PRIMAVERA, VERÃO, OUTONO
Distância a percorrer da fronteira das TERMAS DE MONFORTINHO
289,1 kms. 
Duração recomendada
2 dias

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