domingo, 17 de março de 2013

RODES - DESTINO IMPERDÍVEL

A pérola do Mediterrâneo, segundo foi denominada, tem um grande interesse tanto pelas suas belezas naturais como pelos seus tesouros arqueológicos. Foi por essa razão precisamente que recentemente foi declarada pela UNESCO como Património Cultural da Humanidade

Rodes é a ilha maior, conhecida como "Ilha do Sol", ao mesmo tempo a capital de um arquipélago de mais ou menos de duzentas ilhas, conhecido por Dodecaneso, entre Samos, Icaria e as ilhas Furni a norte, as Cíclades a oeste, o litoral de Ásia Menor a leste e a Creta a sudoeste, aqui cada ilha compete a outra em termos de belezas naturais e águas cristalinas, com extensas praias de areia e pitorescas baías. 

Rodes assemelha-se a uma moeda com duas faces; uma face é a cidade medieval e as muralhas medievais, a atravessá-la a rua dos Cavaleiros Joanitas com os Albergues das Línguas, o Hospital dos Cavaleiros e o Palácio dos Grandes Magistrados, a outra face, a cidade antiga e a moderna com uma intensa vida nocturna, bares e esplanadas, edifícios modernos e hotéis, e centenas de lojas onde se pode encontrar qualquer coisa que se deseja. Toda a ilha está cheia de muitos lugares de interesse e belas praias, é óbvio que aqui não faltará com certeza a luz intensa e o belo mar azul.


A ilha de Rodes encontra-se ligada por uma carreira regular de ferry ao porto do Pireu e por via aérea através do aeroporto internacional Diágoras à capital Atenas. A ligação do aeroporto a Rodes pode ser feita em autocarro ou de táxi, sendo o táxi a melhor opção por ser a forma mais cómoda e rápida de se chegar ao hotel e porque o serviço de táxi a qualquer ponto da ilha está previamente tabelado por um folheto disponível no aeroporto, no meu caso foi de 22,00€. A ilha de Rodes dispõe de uma excelente rede de hotéis dispersos pelas mais importantes zonas balneares e áreas urbanas para todos os gostos e bolsas, a minha opção de escolha foi o Mitsis La Vita Beach Hotel, na Papanikolaou str., em Rodes, durante nove dias por 424,00€ com pequeno-almoço incluído. Deste modo, pude conjugar as normais visitas culturais à cidade Património da Humanidade ao mesmo tempo uma perninha à praia da cidade ou fora da cidade através de acesso fácil aos transportes públicos como a outros locais de interesse da ilha. Após a acomodação na unidade hoteleira a minha primeira tarefa foi procurar o posto de turismo oficial que se situa junto ao Novo Mercado adquirindo um mapa da cidade e obtendo os locais maior interesse da ilha, em função do tempo disponível, obviamente, fiz as minhas opções criando para tal quatro circuitos possíveis: à cidade medieval, à cidade antiga e à moderna, à costa oriental a Lindos, e à costa ocidental a Kamiros.

Circuito 1 - A cidade medieval – Kollakio, Chora ou Burgo

Desde logo fica a ideia de estarmos perante uma cidade morta com monumento em ruínas, pelo contrário, trata-se de uma cidade cheia de vida habitada por cerca de seis mil habitantes que trabalham e vivem nos mesmos edifícios aonde viviam os cavaleiros de S. João há seis séculos atrás. A cidade estava dividida como hoje em dia, em duas partes; o Kollakio e Chora o Burgo. Um muro interior separava as duas partes, a porta que permitia a comunicação entre as duas partes passa pela rua Lachitos.

No Kollakio predominava, o Palácio do Grão-Mestre, conhecido como Castelo, e era a Acrópole dos Cavaleiros, estavam também as igrejas oficiais da Ordem e os Albergues dos Cavaleiros. Na parte sul a Chora que no tempo dos Cavaleiros chamava-se Burgo, aqui viviam e trabalhavam para além dos gregos homens de várias nacionalidades, contudo, o centro das actividades económicas estava no mercado da cidade na parte que atravessava as actuais ruas Apolonion e Socratous e chegava até Thalassini Pili (Porta Marítima). 

No circuito interior da cidade medieval teremos quatro caminhos recomendados: o caminho "Marítimo", o caminho dos "Monumentos", o caminho das "Muralhas" e do "Artesanato".


Entramos no Bairro dos Cavaleiros (Kollakio) num percurso sempre a pé permitindo desta maneira um contacto com a monumentalidade da área a explorar, assim, partindo do porto de Mandraki pela Porta da Liberdade na Praça de Symi ou Praça Nafstatmo porque neste local crê-se que tenha sido a base naval dos cavaleiros, em frente as ruínas do Templo de Afrodite, do século III a.C., nas traseiras o Albergue da Língua Auvergne, construído no ano de 1507, à esquerda, a Porta de Nafstatmos que nos conduz ao porto comercial. Daqui o caminho segue depois a uma pequena Praça Argyrokastro, no centro encontra-se uma graciosa Fonte e um dos edifícios mais antigos de Kastro, alojamento do Instituto Histórico-Arqueológico, passando por um arco desembocamos mesmo em frente diante da Catedral dos Cavaleiros, a Igreja Panagia de Kastro (Virgem do Bairro), o princípio da Rua dos Cavaleiros (rua Ippoton), construída no século XII, a seguir à igreja de Panagia de Kastro está a Praça do Museu onde está o Albergue dos Ingleses e o Hospital dos Cavaleiros (Museu Arqueológico), no pátio central um leão de mármore, este antigo hospital mantém-se ainda em perfeitas condições cujo principal objectivo da Ordem era oferecer alojamento e cuidar dos peregrinos que aqui chegavam rumo à Terra Santa e mais tarde aos Cruzados, começou a ser construído em 1440 pelo Grão-Mestre Lastic e terminado em 1484 pelo Grão-mestre D`Aubusson. 

Hospital dos Cavaleiros (Museu Arqueológico)
Voltemos ao início da rua dos Cavaleiros, a rua principal do castelo, a mais medieval e a mais bem conservada até hoje se encontra na Europa e única mantendo viva a sua traça e originalidade, à direita e à esquerda estão os Albergues das diversas nacionalidades, designadas pelas “Línguas”. Ao entrarmos na rua, à nossa esquerda a fachada setentrional do Hospital, e à direita o Albergue da Língua Italiana a seu lado um Pequeno Palácio é possível ver na fachada os escudos dos Grão-Mestres franceses Aimerie d´Amboise e de Villiers de l´Isle Adam, em frente a este palácio, no início, estava a porta do Hospital. Imediatamente depois e passando uma porta em ferro existe um frondoso jardim com uma bonita fonte, e quase em frente do jardim o Albergue da Língua Francesa com a melhor e mais artística decoração de todos os Albergues, a seu lado, a Ermida da Língua Francesa e uma estátua gótica da Virgem com o pequeno Jesús, na sua fachada.


Ermida com estátua gótica da Virgem
 Logo após, um arco com uma habitação em cima cortando a rua dos Cavaleiros, ao cruzar o arco à nossa direita está o Albergue da Língua de Provence e à esquerda o Albergue da Língua Espanhola, um pouco mais à frente depois dos últimos albergues uma grande galeria gótica com colunas marca o fim da monumental rua, a galeria foi construída na primeira metade do século XV comunicava o Palácio dos Grão-Mestres com a Igreja de S. João, era a Catedral da Ordem, foi construída na primeira metade do século XIV. Em frente da igreja de S. João, no ponto mais alto, ergue-se o Palácio dos Grão-Mestres, uma fortaleza dentro duma fortaleza e sede dos 19 Grão-Mestres, no mesmo local de uma antiga Acrópole mais pequena de Rodes, impressiona todos quantos aqui chegam, ao redor de um pátio central as habitações no primeiro piso e as galerias no rés-do-chão, realçando a influência bizantina, actualmente acolhe um museu.

Rua dos Cavaleiros

Saindo do palácio à direita a Praça Kleóvoulo, um pouco mais abaixo o Orfeos uma rua bonita cheia de frondosos plátanos e artistas, à direita, uma parede que comunica com a parede interior do Castelo com o exterior, a Porta de S. António, e girando à esquerda a Porta de d´Amboise.

Porta de D´Amboise

Porta de Sto António
Voltando atrás para a rua Orfeos, à nossa esquerda a Torre do Relógio, a partir daqui já estaremos na outra parte da cidade (Chora o Burgo) e fora do muro interior do Castelo, o início da rua Sokratous e o extenso Bazar. À nossa esquerda, um bonito pátio com flores e plátanos, está a Mesquita de Suleimán, foi construída em 1808 no local duma anterior que havia sido construída em honra a Suleimán o Magnífico, para comemorar a vitória do Sultão sobre os Cavaleiros, presentemente encerrada ao público, perto da mesquita e pela rua Apolonion a igreja Godo-Bizantina de S. Giorgios, do século XV, utilizada pelos turcos como escola de religião. Voltando atrás, na primeira rua à direita (rua Ippodamou), leva-nos ao antigo Bairro Turco mantendo vivo ambiente medieval oriental onde inúmeras lojas criam um toque de um velho bazar em que cada praça há um chafariz, a maioria das igrejas convertidas em mesquitas e os seus minaretes sobressaindo acima dos telhados, à direita na rua a Agia Paraskevi, do séc.XV em forma de cruz, nas traseiras da Agia Paraskevi pela rua Archelao conduz-nos à Praça Arionos aos Banhos de Mustafá. Na rua de Agios Fanourios, pequena igreja bizantina em que os turcos a utilizaram como mesquita, e seguindo-a a norte, estaremos na concorrida rua Sócrates, a mais frequentada pelos turistas. Caminhando na direcção do porto, saímos na Praça de Ipokratous com uma bonita Fonte no centro e um importante edifício dos cavaleiros, foi construído em 1597, conhecido como Castellanía com uma impressionante escadaria exterior, era um centro comercial no piso térreo onde os comerciantes faziam os seus negócios enquanto no piso superior seria o tribunal na resolução de conflitos comerciais. A sul da Praça de Hipócrates, a Mesquita de Ibrahím Pasha, e pela Aristotelous leva-nos à antiga Judiaria e à Praça dos Mártires Judeus, no centro uma Fonte decorada com estrelas-do-mar, polvos, ostras e encimada por três cavalos marinhos metálicos, na parte setentrional da praça, o Palácio dos Almirantes do século XV que antes da ocupação turca seria o alojamento do Arcebispado Ortodoxo de Rodes. Seguindo a rua Pindarou, na continuidade da Aristotelous, as ruínas da Igreja gótica de Panagia Choras (Santa Maria du Bourg), uma parte da igreja está na parte direita da rua e outra na parte esquerda.

Torre do Relógio
Igreja Panagia Chora 

Igreja Panagia Chora (única coluna original)

Os primeiros cavaleiros contribuíram para a fortificação da cidade reconstruindo as antigas Muralhas bizantinas abrindo Novas Portas, mas as grandes obras que deram origem à actual muralha foram realizadas pelo Grão-Mestre D´Aubusson, depois do fracassado cerco turco de 1480, nesse período surgem as torres redondas que são capazes de rechaçar as balas dos canhões ao contrário das torres de superfícies planas mais débeis ante o poder destrutivo da pólvora.


Torre Naillac e Fortaleza S. Nicolau (ao fundo)



Kolona Harbour
Circuito 2 - A cidade antiga e a moderna – colina do Monte Smith

Ao pôr-do-sol chegam os barcos vindos do Pireu de Atenas a Rodes, a essa hora os raios solares destacam as duas estátuas, um veado macho e um veado fêmea, que estão colocadas sobre duas colunas à entrada do porto (actual Mandraki) e são o símbolo da ilha. Nesse mesmo lugar estava, segundo a tradição, a estátua do Colosso, uma das sete maravilhas do mundo antigo, em cobre que representava o rei Sol segurando uma tocha acesa com um dos seus pés pisava um extremo da entrada do porto e o outro pé no outro extremo e por entre seus pés passavam os barcos. 


A cidade de Rodes está no mesmo lugar onde no ano 408 a.C. se construiu a antiga Rodes, desde esse momento a vida continua ininterruptamente como há 2.400 anos deixando-nos um legado valiosíssimo dos vários períodos históricos. A antiga cidade de Rodes era muito maior daquela que é na actualidade, imaginarmos a cidade com a enorme muralha com um raio de 15km e as altíssimas torres, segundo o filósofo Arístides, seria um visionamento deveras impressionante para a época. A cidade fundou-se pela unificação das três cidades da ilha (Lindos, Ialyssos e Kamiros) por iniciativa de Dória e filho de vencedor olímpico Diágoras, e concebida de acordo no projecto de “Ipodameios Trolos” baseada no sistema de grandes ruas nas direcções este/oeste e norte/sul, cortando-se entre si formando ângulos rectos, e com uma população estimada nos séculos II e III a.C. de 80.000 habitantes. Na cidade existiam havia duas Acrópoles; uma sobre a colina do Monte Smith, e outra, mais pequena, actualmente, o Castelo dos Cavaleiros. A colina do Monte Smith, assim designada em honra do almirante inglês sir Sidney Smith quando este tinha aqui o seu mirador no ano 1802 para vigiar os movimentos da frota de Napoleão durante a guerra contra os turcos.


Podemos chegar a pé ao local pois este dista menos de 3 quilómetros do centro da cidade ou ainda através de autocarro, no percurso a pé teremos a oportunidade de passarmos do que resta da antiga Muralha e entrada na cidade, uma Necrópole e ruínas de uma residência. 



Necrópole
Desde o cimo da colina, um pouco mais a sul um grupo de importantes monumentos antigos e numa cova natural está o Stadium, obra do século II a.C., em grande parte foi reconstruído, com 200 metros de comprimento e 35 metros de largura, servindo actualmente como local espectáculos de Verão, ao lado do estádio, um pequeno Teatro em mármore branco, crê-se que seria o local onde tenha ocorrido as aulas da famosa escola de oradores de Rodes, em vez de representações teatrais, mais acima a zona do grande Templo Pitio Apolo, das poucas ruínas que ficaram em pé resta-nos o canto do Templo e o Templo de Artemis. Os três edifícios anteriormente citados formavam um dos centros da vida cultural mais importante de Rodes. 

Templo de Apollo

Templo de Artemis
Teatro 


De regresso à cidade moderna de Rodes, comecemos o passeio pela Praça de Chipre, aqui as melhores lojas de Rodes, joalharias, tecidos da melhor qualidade e quase todos os bancos, descendo pela rua da França, o grande edifício heptagonal, o Novo Mercado, e a uns 100 metros, Mandraki, o porto de guerra da antiga Rodes, no grande cais três moinhos medievais podendo-se observar daqui o porto comercial, e mais a sul, o segundo porto em importância, Akantia, terminando com a fortaleza de Agios Nicolaos, do século IV, construída para fortalecer a defesa contra as incursões dos turcos. Do passeio marítimo, Praça Eleutherias paralela ao cais do porto, partem a cada meia hora linhas de autocarros que realizam percursos de meia hora pela cidade, seguindo a avenida passamos sucessivamente pelo Banco da Grécia e Correios, em frente dos Correios, a Igreja de Evangelismos, a Catedral da cidade, construída da mesma forma que a igreja cavalheiresca de S. João, um pouco mais adiante o Diikitirio (Casa do Governo - Prefeitura), em frente a Câmara Municipal e o Teatro Nacional e a seu lado uma pitoresca Mesquita de Murat Reis, com um elegante minarete branco. Na entrada do porto está o Club Náutico onde começa a maravilhosa praia de areia fina estendendo-se ao ponto mais setentrional da ilha onde se situa o Aquário seguindo a sudoeste. 

Mandraki e Igreja Evangelismo (ao fundo)

Moinhos, Igreja Evangelismo e Fortaleza S. Nicolau 

Prefeitura e Arquidiocese
Tour 1 - A Costa Oriental - Kallithea, Faliraki, Kolimpia, Lindos

Algumas precauções terão que ser tomadas com o serviço de transportes colectivos postos à disposição aos turistas antes de avançarmos, assim, teremos que solicitar os horários das carreiras no guichet, tendo sempre em atenção o horário do último autocarro de regresso a Rodes, o outro pormenor é de que a rede de autocarros a operar na costa oriental é a K.T.E.L. saindo da Praça Rimini.

Ao longo da costa oriental conheceremos em parte a zona balnear de excelência da ilha, a visita obrigatória à cidade de Lindos e à impressionante Acrópole, devido a disponibilidade não me foi possível avançar mais em direcção ao extremo sul da ilha, a Prassonissi, em média este trajecto cobrirá cerca de 102 quilómetros.

Seguindo estrada da costa, a 11 quilómetros de Rodes chegamos a Kallithea, famosa pelas fontes de águas termais, antes era um pólo de atracção turística, presentemente, não estão em funcionamento, não obstante vale sempre a pena a visita às instalações e a oportunidade de um mergulho nas tranquilas baías.

A seguir, pouco mais a sul, a bonita e extensa praia de Faliraki, com os mais de 5 quilómetros de praia de areia fina e mar azul e cristalino, com modernas instalações turísticas de apoio aos turistas, o preço do bilhete é de 2,20€ por pessoa, bem compensa passar um excelente dia de praia. 

Continuando mais a sul, a 4 quilómetros de Afantou, a pitoresca povoação de Kolimpa, o caminho para a praia da povoação faz-se por uma estrada rodeada com enormes eucaliptos, a cerca de 2 quilómetros. A esperada e tão desejada praia e suas impressionantes baías, tudo por um preço de bilhete 3,50€ por pessoa, com modernas instalações turísticas de apoio a todos os quantos a visitam, garantindo uma agradável estadia.

Faliraki Beach

Kolimbia Beach

Lindos Beach
Outras praias não menos importantes das que foram acima foram mencionadas será a baía de Ladiko, a praia de Stygna na povoação de Archángelos, a praia de Charaki e a praia de Tsambika, muito próxima de Kolimpa (3km).

Lindos

Na costa sudeste da ilha e a uma distância de 56 quilómetros da capital de Rodes, em viagem de autocarro por 5,00€, está a cidade de Lindos. Tanto Lindos como a antiga cidade de Rodes formam parte dos monumentos que estão declarados pela UNESCO como Património da Humanidade daí que se tenha preservado muito da sua tradição. 





Segundo Homero, Lindos foi construída pelos Dorios no século XII a.C., juntamente com as cidades de Kamiros e Ilyassos, era a cidade mais poderosa de Rodes devido à sua força naval, aos seus portos assim como à sua impressionante Acrópole e única, quando Rodes enviou cinco navios para a guerra com Tróia na sua maioria eram de Lindos, e desde o século VII a.C. já tinha colónias próprias e monopolizava grande parte do comércio do Mediterrâneo, tendo sido os primeiros a redigirem um código de direito marítimo que serviu de base ao direito marítimo na actualidade, o seu apogeu de desenvolvimento foi alcançado no século VI a.C., sob a liderança de Cleovulo que a governou por mais de 40 anos. Quando em 408 a.C. se construiu a cidade de Rodes muitos dos seus habitantes foram traslados para a Nova Cidade, não obstante Lindos continuou sendo o centro do comércio marítimo. No ano 1522, os Cavaleiros de S. João que controlavam o comércio e marina, abandonaram a ilha e os turcos que os sucederam permitiram aos seus habitantes que organizassem a marina e o comércio como bem entendessem. Hoje em dia conservam-se muitas das casas dos séculos XVI, XVII e XVIII, mais conhecidas como as “Casas dos Capitães” e até à bem pouco estavam abandonadas mas o fluxo de capital originado do turismo permitiu que pudessem ser reabilitadas e manter o estilo tradicional. Muitos nomes da antiga história visitaram a ilha, entre eles, Hércules, Helena de Tróia, Menelao, Artafernes, o rei dos Persas, Alexandre Magno e muitos mais.

Para visitarmos a Acrópole partindo de Lindos o percurso pode ser feito de burro, pagando o respectivo trajecto, a outra opção é fazê-lo a pé pois não é permitida a circulação automóvel no centro histórico, mas só ao simples de facto de olharmos apoquenta os mais ousados, o acesso é de dificuldade moderada perigoso e estreito com turistas cruzando-se constantemente, em compensação as vistas são fabulosas, aconselho a utilização de sapatos leves e nunca saltos altos.



A Acrópole é um rochedo quase triangular de 116 metros de altura, em cima da acrópole predominam as muralhas que foram construídas pelos Cavaleiros, as muralhas antigas eram de menor altura não tapando os edifícios que se situavam no interior, para a entrada na Acrópole é necessário adquirir um bilhete de 6,00€. 


Após a entrada subimos ao primeiro nível, aqui existem três depósitos subterrâneos de armazenamento de água e de cereais da era bizantina, à esquerda, excelentes vistas sobre a baía e por todo lado há pedestais de estátuas, isto deve-se ao facto de que na época helenística existia o costume de que os cidadãos mais ricos ofereciam à deusa Atena estátuas, ainda neste nível uma exedra helenística semicircular, à esquerda importantíssimos monumentos esculpidos na rocha pelos habitantes de Lindos, no ano 170 a.C., uma plataforma e um baixo-relevo duma proa de um barco trirreme como base de pedestal da estátua em honra a Agisandro, filho de Mikion, e uma inscrição em muito mau estado dizendo que a cidade de Lindos condecorou-o com uma coroa de ouro.



Após a plataforma e do baixo-relevo do navio subimos uma extensa escadaria à parte mais íngreme da acrópole construída pelos Cavaleiros ao Castelo. Por cima da porta um escudo do Grã-Mestre D´Aubusson, pela existência deste escudo permite-nos dizer que a fortificação remonta ao século XV e XV. Após a primeira sala do castelo, viramos à esquerda e chegamos a uma série de armazéns ao ar livre, à esquerda uma outra plataforma que segundo uma versão era o lugar onde se levavam a cabo as cerimónias de iniciação de aspirantes aos mistérios do culto à deusa Atena, ao seu redor existem bases de estátuas, um pouco mais esquerda um Templo Romano

Escadas que levam ao Castelo

Templo Romano (séc. III d.C.)
Uma escada helenística leva-nos ao terceiro nível, aqui uma Stoa helenística em forma de (“pi” grego), diz-se que eles escolheram esta forma para dar impressão de dois braços abertos dando a bênção aos peregrinos, a sua construção remonta a finais do século III a.C., com 87 metros de comprimento, dispondo de 42 colunas dóricas na fachada e no canto noroeste ruínas duma Igreja bizantina de Agios Ioanis.

Escadas Helenísticas à Stoa 

Stoa Helenística e escadaria ao Templo de Atena

Igreja Bizantina S. João
A grande e larga escadaria leva-nos ao nível mais alto, onde se encontram a Propylaia e o Templo a Atena Lindia, formando o principal recinto sagrado, um pequeno templo de 22 metros de comprimento por 8 metros de largo, completamente isolado do mundo exterior por uma parede com cinco entradas, muitos investigadores modernos chegaram à conclusão de que o culto da deusa Atena remonta ao século VII a.C., o templo cujos restos vemos hoje foi construído no século IV a.C. sobre as ruínas da estátua de Atena, em frente do templo, uma Stoa interior flanqueada por um pátio, provavelmente, um altar, e de cada lado, a Stoa este e a Stoa romana, por fim ao cimo da grande escadaria a Stoa de Propylaia. O porto de Agios Pavlos pode ser comtemplado do extremo sul da rocha íngreme a uns 116 metros de altura, o porto recebeu o nome do Apóstolo Paulo quando aqui desembarcou durante a passagem por Lindos, aproximadamente no ano 57 d.C.; o antigo Teatro do século IV a.C., empoleirado numa rocha a sudeste da cidade, Praça Agios Stefanos, tinha capacidade para 1.800 espectadores.

Templo de Atena (parede original)

Stoa Romana (ao lado do Templo)

Pequena enseada e porto de S. Paulo  
Regressando da acrópole e passeando-se pelas ruelas estreitas da cidade cheias de lojas de artesanato não poderemos omitir visitar a Igreja de Teotocos, próximo da praça da cidade, foi construída no século XIV no local onde se encontrava outra igreja mais antiga, em 1489 o Grão-Mestre D`Aubusson a inaugurou e quem mandou construir o campanário sobre o qual se encontra o seu escudo. O chão da igreja está decorado com cigarros brancos e negros em forma de zig-zag, esta arte denominada “chochlaki” teve seu ponto culminante no período bizantino.


Tour 2 - A Costa Ocidental – Ixia, Ialyssos, Filerimos, Rodini, Kamiros

Algumas precauções terão que ser tomadas com o serviço de transportes colectivos postos à disposição aos turistas antes de avançarmos, assim, teremos que solicitar os horários das carreiras no guichet, tendo sempre em atenção o horário do último autocarro de regresso a Rodes, o outro pormenor é de que a rede de autocarros a operar na costa ocidental é a P.O.A.A. saindo nas traseiras e junto ao Mercado.

O percurso da costa ocidental da ilha, começa em Rodes percorrendo uma distância de 110km terminando em Katavia, a cidade mais meridional da ilha. Este trajecto permitirá a conjugar as praias de Ixia e Ialyssos e os sítios arqueológicos de Kamiros e Ialyssos, com os castelos medievais e Filerimos, de Castello e de Monolithos, assim como o Vale das Borboletas, a 3km de Paradisi. Desta costa, e por falta de disponibilidade de tempo como no Tour anterior tive que fazer as minhas opções, encurtando-o até Kamiros.



Partindo de Rodes e perto desta Kritika, uma pequena povoação em que os seus primeiros habitantes vieram de Creta estava-se no ano de 1898, à direita, a baía de Trianta. A praia da baía tem uma extensão de 8 quilómetros onde se combina areia e seixos brancos, esta praia é mais conhecida por Ixia, possuiu muitos restaurantes., lojas, locais nocturnos e complexos turísticos. No fim da baía está a cidade de Trianta, no mesmo lugar onde na Antiguidade era a cidade dórica de Ialyssos. Entre a cidade de Trianta e a colina de Filerimos, a cidade cemitério da antiga Ialyssos, a urbanização mais antiga da ilha (1550-1400 a.C.), por uma estrada florestal de pinheiros chegamos ao Monte Filerimos com uma soberba vista para a cidade de Ialyssos, a baía de Trianda, Ixia e sobre o mar Egeu em direcção à costa da Ásia Menor. No local, além do Mosteiro de Filerimos está localizado um importante sítio arqueológico, a acrópole da antiga Ialyssos e o Templo a Athena Polias.

Kamiros


Kamiros foi fundada pelos Dórios assim como Lindos e Ialyssos mas ao contrário de Lindos que tinha uma grande tradição marítima esta assentava na agricultura produzindo essencialmente azeite, vinho e figos, tendo conhecido se apogeu no século VI a.C.


A antiga cidade de Kamiros, conhecida como a Pompeia da Grécia, sem contudo ter qualquer semelhança com ela, já que Pompeia teve o seu desígnio aquando de uma erupção ao passo de que Kamiros foi totalmente abandonada pelos seus habitantes e com o tempo soterrada devido a deslocamentos de terras, também se sabe que a cidade foi reconstruída por duas vezes após dois devastadores terramotos, em 226 a.C. e 142 a.C., com a fundação de Rodes, em 408 a.C., a população de começou a abandoná-la, no século IV a.C., então uma pequena cidade que com o decorrer do tempo foi totalmente abandonada à sua sorte.

A cidade de Kamiros foi planeada e construída de acordo com a característica das cidades helénicas baseada num sistema de ruas paralelas com blocos residenciais do mesmo tamanho, divisão de zonas de edifícios públicos e privados em torno de encostas naturais, podemos pois facilmente distinguir que a cidade estava dividida em três áreas desiguais: um nível mais baixo formando uma espécie de Ágora de carácter religioso, um bloco residencial privado na encosta da colina e no topo a Acrópole.

O sítio arqueológico de Kamiros está a cerca de 50 quilómetros de Rodes, é servido por uma carreira de autocarros a 5,10€ por pessoa, e para a entrada no recinto o bilhete é de 4,00€. 


Já no interior e a noroeste a Ágora (mercado) e um Templo Dórico, do final séc. III e início do séc. II a.C., cujas colunas foram restauradas, possivelmente dedicado ao deus Pythian Apolo, a seu lado, na designada Praça da Fonte um espaço aberto quadrangular com um largo número de bases votivas, a sul da praça uma Fonte, a fachada era composta por seis meias colunas dóricas, actualmente, restauradas e ligadas por lajes em pedra, foi construída no período Clássico tardio e modificada no início do séc. III a.C., no lado oposto à Praça da Fonte, subindo as escadas que nos conduzem à rua principal, à esquerda uma exedra semicircular que seria local para debates e discursos públicos, por detrás da exedra, preserva-se um Santuário helenístico rectangular, dedicado aos deuses e heróis de Kamiros, amuralhado com diversos altares e local de realização de culto, nas traseiras do santuário, na direcção à parte norte da estrada principal que divide a cidade em duas partes, ruínas de um edifício balnear, provavelmente público muito ao estilo romano, ao lado do edifício uma cisterna de água.

Templo a Apolo
Praça da Fonte
Santuário dos Deuses

Escadaria Original Helénica (3.000 degraus) 
À medida que vamos subindo uma monumental escadaria helenística, mantendo ainda a sua originalidade, quer à direita e à esquerda, vemos ruínas de habitações particulares dispostas pela encosta da colina ligando o nível mais baixo e a acrópole, a leste destacam-se duas habitações com pátio e peristilo interior.



Quanto mais nos vamos aproximando da colina da acrópole mais íngreme se torna a subida, a Acrópole ocupava um espaço triangular e plano, era o recinto sagrado da deusa Atena Kamiras, estava quase todo ocupado por uma enorme Stoa (galeria) em forma da letra grega “pi”, datada do séc. III a.C., com um comprimento de 200 metros, duas filas de colunas dórias na fachada e uma série de salas nas traseiras, esta galeria foi erigida em cima duma enorme cisterna escavada na pedra macia da acrópole, no séc. IV a.C., tinha capacidade de 600m3 de água e reserva suficiente para 300/400 famílias, a distribuição da água pela cidade era através dum sistema de poços, ainda visíveis, e por tanques subterrâneos, a cisterna caiu em desuso no final do séc. III e início do séc. II a.C.. Por detrás da galeria, ainda partes do muro do recinto se encontram preservados bem como as fundações do Templo de Atena, dos finais do séc. III a.C., e no lugar de um outro mais antigo destruído aquando do terramoto de 226 a.C..

Stoa na Acrópole
Templo a Atena (ruínas)
Cisterna e Fontanário 
Se existe um lugar para onde todos já sonharam um dia, esse lugar é a Grécia. Entre paisagens magníficas e ruínas milenares, os mitos vencem a história e os sonhos navegam em mares de um azul incrível!

A Grécia sempre provoca suspiros: o romantismo das ilhas, o encontro do Oriente e o Ocidente, a presença dos deuses, a grandiosidade dos templos, o mistério das ruínas…

Ficha Técnica
Época recomendada
TODO O ANO
Idioma
GREGO E INGLÊS
Moeda
Euro
Hotel
Mitsis La Vita Hotel
Transportes Públicos
TAXI E AUTOCARRO
REDE ESTE (para Kamiros, Ialyssos) e REDE OESTE (para Lindos, Kalitheia, Faliraki)
Aeroporto
Aeroporto Internacional de Diágoras
Duração recomendada
9 dias

Até breve Rodes!        

Βλέπεις σύντομα τη Ρόδο!








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